Com a crise, cuiabano vira 'marido de aluguel' e oferece até petit gâteau.
Ele corta grama, formata computadores e faz até balas de côco e petit gateau.
Filho de engenheiro e cozinheira, Felipe aprendeu pequeno o que sabe.
Após perder o estágio no fim do ano passado, o estudante de engenharia mecânica, Felipe Cesar Giovanetti de Andrade, de 30 anos, arrumou um jeito prático para driblar a crise e se tornou uma espécie de 'marido de aluguel'. Ele se autodenomina 'o faz tudo' de Cuiabá. No anúncio, além de oferecer serviços gerais como consertos, instalação de tomadas, cortar grama, fazer entregas, fazer compras, fixar televisões, ainda diz fazer balas de côco e petit gâteau.
Depois de voltar de férias da Austrália, em dezembro passado, a empresa em que Felipe estagiava passou por algumas dificuldades e não pode efetivá-lo no emprego.
E a falta do que fazer deixou a mulher Hellen Barbosa, professora universitária, ansiosa para que o companheiro arrumasse alguma ocupação.A preocupação maior do casal não era achar um emprego com uma renda extraordinária, mas uma ocupação que fizesse com que Felipe sentisse prazer, pelo menos até concluir a graduação.
Ele contou que escolheu a profissão de engenheiro mecânico não só para construir projetos, mas, principalmente, para colocar a 'mão na massa'.
“Aqui em casa ele não para, toda hora está consertando alguma coisa. Se reclamo que algo não está funcionando direito, fora do lugar ou de falta de espaço, seja liquidificador, secador de cabelo, no outro dia ele vai estar desmontando, limpando, organizando. No final, estará novo como antes. Não posso reclamar. Ele é muito caprichoso”, contou a esposa.
Filho de pai engenheiro civil e mãe, que, apesar de ser professora de matemática, sempre fez comida por encomenda para vender, Felipe aprendeu desde pequeno as funções que agora se propõe a desempenhar. “Meu pai tinha as ideias de mudança aqui em casa, mas quem fazia era eu. Minha mãe recebia as encomendas e eu a ajudava”, disse.
Desde os 14 anos Felipe faz balas de coco para vender. Ele calcula que a venda dos doces deve render, ao menos, o mesmo que o estágio lhe pagava, R$ 800, mas que o valor mensal pode chegar a R$ 2,5 mil. Por hora, os trabalhos, em sua maioria, são encomendas das balinhas, mas os pedidos de serviços gerais estão começando a crescer entre os conhecidos.
O 'faz tudo' conta que algumas pessoas acham que o cartão de visita que ele divulga nas redes sociais não passa de uma brincadeira. Minutos antes de ser entrevistado pelo G1, Felipe atendeu uma ligação em que teve que explicar para a cliente que o seu cartão era sério, que ele realmente faz balas de coco para vender, assim como os outros serviços. Um verdadeiro 'marido de aluguel'.
Felipe já trabalhou como 'faz tudo' no consultório de dentista da tia, de 2012 a 2014. Ele também já vendeu celulares e trabalhou em empresa de informática, além dos estágios na faculdade que estuda. Atualmente, para prestar os serviços caseiros, ele cobra o valor de mercado, e às vezes um pouquinho a mais dependendo do serviço.
“Dou valor ao que estou fazendo, por isso tenho que cobrar um preço razoável. Sou sistemático e não gosto de deixar sujeira e isso é meu diferencial”, explicou Felipe.
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